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Temos um não sei quê de fadistas e a chuva, o frio, nevoeiros e orvalhadas atiram-nos para uma animadora depressão com bastante facilidade. Ainda não tínhamos saltado este ano e cada vez que nos encontrávamos, ou falhava o tempo ou nós, ou ambos. Longas horas de chá quente lembrando os pulos do verão passado e o total marasmo, derrotando-nos. Mesmo que chova vamos saltar, disse e ela concordou. Pegou no tripé, na máquina e num chapéu de chuva para proteger o equipamento. Já mais de um mês havia passado desde a celebração do 2014 e nem um saltinho, basta, e saltamos sim, na Sobreda. Um mural, que muitos dirão vandalizado é um costumeiro sitio de passagem por uma movimentada via rápida, o pano de fundo para o nosso primeiro monumental salto do ano. Sem fado ou dramas, vai salta.
Não sabemos como tudo começou, mas se dissermos que desatámos aos saltos por dá cá aquela palha, não andamos muito longe da verdade. É dificil de acreditar, para tudo é preciso um propósito, eu sou a primeira a crer nisso e o despropósito transtorna-me. Que mais poderiam duas miúdas de trinta anos; uma portuguesa, outra espanhola apanhadas sózinhas num Verão em Lisboa fazer senão saltar contra alguma apatia? Pula-se muito neste blog, ficamos com a língua de fora, cansadas em busca da melhor chapa e com o particular prazer de não ter objectivos. Saltamos aqui e ali, amanhã e depois de amanhã, sempre que nos encontramos e gritamos em plenos pulmões, rimos palermas como crianças a brincar com a bota botilde. Só por isso, cada salto já valeu. Vai salta.